Novo estudo: Exercício físico protege cérebro de demência
Saúde e Bem estar
Não é novidade que o exercício físico pode ser um poderoso aliado na manutenção de um cérebro saudável. Estudos mostram-nos que uma vida ativa ajuda na manutenção de uma função cognitiva saudável.
Mas a forma exata como o exercício pode interferir no sistema neurológico e prevenir o declínio cognitivo em seres humanos ainda é um pouco misteriosa. De acordo com um estudo agora publicado na Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, o mesmo focou-se no papel de um grupo de proteínas associadas às sinapses cerebrais. Estas são zonas ativas de contacto entre uma terminação nervosa e outros neurónios, células musculares ou células glandulares.
A principal autora do estudo, Kaitlin Casaletto, explica que estas junções são críticas para os processos de pensamento, memória e cognição que ocorrem nos nossos cérebros.
“Há muitas proteínas presentes na sinapse que ajudam a facilitar diferentes aspetos da comunicação célula a célula. Essas proteínas precisam de estar em equilíbrio umas com as outras para que a sinapse funcione de forma ótima”, esclarece.
Neste estudo, os cientistas tiveram a possibilidade de analisar, após a morte, os níveis destas proteínas em pessoas que tinham doado os seus cérebros à ciência e também foram estudados os níveis de atividade física dos participantes – que em média tinham entre 70 e 80 anos de idade. Os resultados mostraram que as pessoas que se exercitaram mais, em particular numa fase tardia da vida, tinham maiores níveis de proteínas protetoras. E os efeitos positivos podem mesmo ser sentidos por pessoas que já apresentam sinais iniciais, a nível cerebral, de doenças neurológicas.
“Quanto mais atividade física, maiores são os níveis de proteína sináptica no tecido cerebral. Isto sugere que cada movimento conta quando se trata da saúde do cérebro”, revela a autora dizendo ainda que "cada movimento conta quando se trata da saúde do cérebro".
Mantermo-nos ativos aumenta os níveis de proteínas pré-sinápticas, conhecidas por fortalecer a comunicação entre células cerebrais – um fator-chave para evitar a progressão da demência – e apoiar no geral funções cerebrais saudáveis e estes efeitos são válidos mesmo para pessoas mais velhas cujos cérebros já começam a apresentar sinais iniciais de Alzheimer e outras doenças neurológicas.