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8 Características de uma relação saudável com a alimentação
Nutrição
Uma alimentação saudável não se cinge apenas a cálculos matemáticos, gramas ou calorias. Desprezar o lado comportamental da nossa rotina alimentar é caminhar em sentido a uma menor qualidade de vida. Quem o diz? A ciência.
Estudos demonstram que abordagens nutricionais não-centradas no peso estão associadas à redução de sintomas depressivos e ansiedade (Schaefer JT et al. 2014), ao bem-estar psicológico (Limardon JT et al. 2021) e à melhoria da satisfação com a imagem corporal (Mercado D et al. 2021).
Como podemos então caracterizar uma boa relação alimentar?
Rejeitar a mentalidade de dieta.
Conhecem aquela voz mental que constantemente nos faz questionar “Será que devia comer isto? Será que estou a cumprir as regras?” Vamos questioná-la e desafiá-la! Muitas vezes essas regras são pressupostas irracionais provenientes da “idealização do corpo magro” e da “cultura de dieta” em que vivemos. (Tribole E; Resch E. 2020)
Evitar dietas estritamente restritivas e a privação de alimentos ou grupos alimentares.
Este tipo de estratégia alimentar para a perda de peso está associado a défices nutricionais (Churuangsuk C et al. 2019) e consequências metabólicas negativas (Dulloo AG. 2021). Para além disso, a privação alimentar excessiva está associada a um aumento do consumo alimentar impulsionado pelas emoções (e não pela fome fisiológica)(Mat J et al. 2013). Sim, até a evidência científica nos diz que o fruto proibido é o mais apetecido.
Permissão incondicional para comer.
A máxima “eu posso comer de tudo, mas não tudo” aumenta o prazer ao comer e diminui probabilidade de consumo exagerado desencadeado pela perceção de violação. (Tribole E; Resch E. 2020). Mas se tenho permissão incondicional para comer, não acabarei por engordar? A evidência diz-nos que uma alimentação intuitiva não representou um aumento total de calorias, açúcares simples ou gorduras - mesmo com a permissão para o seu consumo. (Weigenberg et al. 2014)
Não rotular a comida como “saudável” ou “não saudável”
Evitar expressões como clean eating ou “refeição do lixo”. Não existem alimentos "bons" ou "maus" - a alimentação depende do contexto em que está inserida. (Tribole E; Resch E. 2020)
Fazer as pazes com a comida.
Comer sem culpa, sem julgamentos, sem medo, sem preocupação excessiva com o valor nutricional dos alimentos. Quanto maior a preocupação sobre "o que faz mal", maior a "paranoia" no comer perfeito que, de facto, não existe.
Honrar as sensações de fome e de saciedade.
Alimentar-se de forma a honrar a saúde e bem-estar e a atender às necessidades fisiológicas.
Tornar a alimentação prazerosa
O prazer em comer pode (e deve) ser um aliado na promoção de uma alimentação saudável. Quando a alimentação é prazerosa, come-se menos até se ficar satisfeito. (Tribole E; Resch E. 2020)
Nutricionista Mafalda Serra 4206N - Fitness Factory Arruda dos Vinhos